Nas últimas semanas, tivemos um inverno com cara de primavera. E se por um lado esse “verãozinho” em meio a época mais fria do ano, agrada a muitos gaúchos, por outro lado, traz preocupação aos agricultores.
A situação tem nome, e motivo:
O chamado “veranico”, ocorre quando o clima fica mais quente por conta de uma massa de ar seco, aumento de horas de brilho solar e ausência de chuva, como se observou no início de julho.
Para a agricultura, justamente por não ser um inverno rigoroso, há riscos de geadas tardias no final de agosto e setembro.
A fruticultura pode ser uma área bastante afetada por esse calor fora de época.
As fruteiras de clima temperado caracterizam-se pela queda das folhas no final do ciclo, no início do outono, e a consequente entrada em dormência. Para sobreviverem ao período hibernal, elas desenvolvem um mecanismo de adaptação que passa pela aquisição da resistência ao frio e de controle do crescimento que se chama dormência. Durante este período, a planta não apresenta crescimento visível, porém, as atividades metabólicas continuam, embora com intensidade reduzida.
Tanto a regularidade quanto a quantidade de frio são indispensáveis para a superação natural da dormência. Em condições de insuficiência em frio hibernal, como o ocorrido neste inverno, as frutíferas apresentam anormalidades em relação à brotação, tendo repercussão durante o ciclo vegetativo e acarretando a redução tanto da produtividade quanto da qualidade dos frutos produzidos.
Devido ao aumento das temperaturas nos últimos dias, temos verificado em algumas localidades, onde há cultivo de variedades de frutíferas com menor exigência de horas frio, a antecipação de floradas, como é o caso do pessegueiro.
Esse fenômeno em si não é problema, pois a planta está passando por um processo totalmente natural em seu entendimento, no entanto, gera uma certa preocupação para o agricultor, uma vez que em nossa região ocorrem muitas vezes as geadas tardias, que acabam trazendo grandes prejuízos, não só para a de produção daquele ano, mas também, comprometendo as safras futuras.
Uma forma de proteger a planta, tornando-a mais resistente a geada, é fazendo o uso de aminoácidos essenciais que reduzem os possíveis estresses climáticos na planta.