O solo é um conjunto de organismos vivos, constituído por microrganismos, raízes e fauna, e suas funções vão além da capacidade de produção. Através da utilização de insumos em doses acima das recomendadas, é possível que um solo com baixa qualidade tenha sua produtividade elevada. Porém, essa condição não é sustentável em longo prazo, pois pode resultar em contaminações do ambiente e prejuízos aos agricultores.
O conceito de saúde do solo (ou qualidade do solo) foi lançado no início da década de 1990 e está relacionado à capacidade de sustentar a produtividade biológica, preservar a qualidade da água e do ar, garantindo assim a saúde das pessoas, plantas e animais. Pensando nisso, separamos algumas dicas para manter a saúde do solo e ainda aumentar a sua produtividade:
Aumente a matéria orgânica para melhorar a disponibilização de nutrientes
Cada cultura possui uma demanda específica e necessária de nutrientes para o desenvolvimento e principalmente para delimitar a quantidade produzida no ciclo. Para tanto, a fertilidade do solo está diretamente ligada com a capacidade de retenção de nutrientes no solo.
A disponibilidade de nutrientes será medida pela CTC (Capacidade de Troca Catiônica), quanto maior for esse índice, mais trocas irão ocorrer e mais nutrientes ficarão aderidos aos coloides do solo. Ou seja, solos argilosos presentes em nossa região tendem a apresentar uma CTC elevada, o que favorece a disponibilização e retenção da adubação feita ao longo do ciclo.
Atualmente existem algumas tecnologias capazes de melhorar a qualidade da matéria orgânica do solo, favorecendo a retenção de umidade no mesmo por grandes períodos. Outra opção bastante acessível ao produtor seria a rotação de culturas e o plantio de plantas de cobertura.
Invista na adubação verde
As principais plantas utilizadas na cobertura de solo na nossa região são aveia, azevém e ervilhaca. Contudo, as vantagens da adubação verde vão muito além de proteger o solo contra o processo erosivo, quando bem implementadas, elas também tem a função de:
• Aumentar o teor de matéria orgânica;
• Aumentar a população microbiológica;
• Descompactar o solo;
• Trazer maior eficiência e aproveitamento de água e nutrientes;
• Diminuir a presença de pragas agrícolas e doenças;
• Contribuir para a ciclagem de nutrientes;
• Aumentar a porosidade e estruturação do solo;
• Auxiliar na absorção de fósforo e fixação de nitrogênio;
• Melhorar dos atributos físico e químico do solo.
Faça análises de solo periodicamente
Para garantir uma boa produtividade e qualidade, aliadas à preservação do meio ambiente precisamos de um solo fértil e bem estruturado. Para isso, a análise de solo proporciona os melhores parâmetros de determinação desses índices para as culturas desejadas.
O primeiro passo é uma boa amostragem da área, a mesma deve ser uniforme e representar de forma geral a condição nutricional desse solo. Depois disso, com a análise em mãos deve-se procurar um profissional habilitado para realizar a interpretação dos dados recomendando de maneira consciente e assertiva, para que não ocorram excessos, que venham a ocasionar prejuízos a longo prazo. Recomenda-se repetir as análises de solo anualmente para culturas anuais e não exceder o tempo de dois anos para culturas perenes.
Vale ressaltar que a manutenção da qualidade ou saúde do solo nunca é resultado de apenas um ano ou de uma safra. São necessários vários anos utilizando as práticas mais adequadas de manejo do solo para se atingir o padrão ideal de qualidade.